CRIANÇAS SÃO PEÇAS-CHAVE NO ESTÍMULO À RECICLAGEM

São Paulo, 25 de setembro de 2019 – Os professores Débora Garofalo e Alexander Turra foram os debatedores convidados para o Recycling Talk Show, evento realizado no último dia 24 no parque temático KidZania, em São Paulo, idealizado pelo Movimento Plástico Transforma, uma plataforma de conteúdo direcionada para a sociedade, que tem por objetivo mostrar como a utilização responsável do plástico pode transformar o nosso dia a dia e o nosso futuro. Com a mediação da jornalista Veruska Boechat, a iniciativa contou com a presença de jornalistas e influenciadores digitais, para discutir como a educação e a tecnologia são peças fundamentais para estimular a sociedade rumo a um estilo de vida mais consciente e mais sustentável. O encontro também promoveu uma visita guiada à Estação Plástico Transforma, atividade instalada no parque que reproduz as etapas do processo da reciclagem de plásticos de forma interativa e educativa.

A professora Débora Garofalo, finalista do Top 10 no Global Teacher Prize 2019, considerado o Nobel da educação, contou como um projeto de reciclagem e robótica, em uma escola pública de São Paulo, transformou a realidade daquelas crianças e de toda a comunidade. O lixo que se espalhava pelas ruas foi reaproveitado em projetos de robótica. Carrinhos feitos de garrafas PET e bexigas se transformaram em um sucesso entre os alunos. Placas de PVC também foram usadas em um complexo projeto de robótica. “Os pais dos alunos me disseram que não entendiam muito bem o que era reciclagem, mas entenderam a importância por causa das informações que os filhos traziam”, disse ela. Realizado no bairro Cidade Leonor, mais de uma tonelada de lixo reciclável e eletrônico saíram das ruas e viraram materiais para praticar robótica ou tiveram um novo e adequado destino, o que incluía a venda dos produtos para a manutenção do projeto.

Debora destacou ainda o uso de metodologias ativas no projeto, ressaltando a importância de ter mobilizado também as meninas da escola a estarem mais presentes nos projetos. “Temos que incentivar a formação de cientistas nas escolas públicas”. Conquistas como o incentivo aos alunos de 13 anos, que mal sabiam ler e escrever, foram comemoradas pela professora, além de outro aluno que ingressou na Faculdade de Física da Universidade de São Paulo (USP).

O também professor, biólogo e pesquisador, Alexander Turra, avaliou que o foco da discussão acerca da poluição dos mares está sendo diluído e fugindo de questões que são mais importantes. “Distribuir renda e educação são fundamentais para combater o lixo no mar”. Turra citou o caso de um morador da Baixada Santista, que vive em situação de extrema pobreza em uma área de palafitas e que, por isso, não deveria ser responsabilizado pelo lixo gerado que polui o mar da região e gera incômodo em quem as frequenta para lazer. “Há muita gente que quer surfar nessa onda, perdendo o foco no que realmente importa”, disse, que acredita que há um “drible” em questões mais fundamentais.

Turra, que acaba de voltar de uma conferência internacional onde foi debatida a agenda “Década para a Sobrevivência dos Oceanos 2021-2030”, acredita que devem se buscar novas soluções para as causas da poluição nos mares, como as redes de pesca que se perdem e são abandonadas. “Por que não se instalam rastreadores nas redes para que elas sejam recuperadas? ” O pesquisador acrescentou que as crianças são peça-chave para melhorar a questão da reciclagem e que elas devem ser colocadas “como parte da solução”. Ele destacou que os pequenos cidadãos têm em geral uma percepção mais rápida do que muitos adultos sobre questões ambientais.

Para Alexander, as pessoas devem, em primeiro lugar, “entender o lixo”, para desenvolver atividades que contribuam para combater os danos causados pelos resíduos sólidos. E, em segundo lugar, devem pensar que combater o lixo envolve decisões políticas, não de governo. “São questões que devem ser cobradas do setor público, como expandir o saneamento e o esgoto para um número maior de pessoas”, acrescenta Turra.

Sobre o Movimento Plástico Transforma

O Movimento Plástico Transforma é uma iniciativa do Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico, o PICPlast, fruto da parceria da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), e da Braskem, maior produtora de resinas termoplásticas das Américas. Desde 2017, o programa vem investindo em ações que geram agenda positiva para o uso consciente e responsável do plástico. É o caso, por exemplo, do PlastCoLab, espaço interativo, inspirado no movimento maker, que reúne inovação e tecnologia associado ao plástico. Com quatro edições realizadas em São Paulo, Porto Alegre, Salvador e Brasília, o espaço contou com mais de 36 mil visitantes e os organizadores já estudam a possibilidade de levá-lo para outras cidades.

FONTE: Site PICPlast ( www.picplast.com.br)

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PRODUÇÃO DE PLÁSTICO NO BRASIL DEVERÁ SUBIR 2,5% EM 2019

“O jogo da retomada virá com a reforma da Previdência”, diz o presidente da entidade, José Ricardo Roriz Coelho. Para a demanda de transformados plásticos, a previsão é de alta de 5%. Porém, a ociosidade elevada no setor, de 35% na média, não anima os empresários a investir no curtíssimo prazo, segundo sondagem realizada pela Abiplast. Somente quando houver redução dessa taxa haverá novos investimentos, observa Roriz.

O otimismo em relação a 2019 leva em conta ainda a percepção de que os juros se manterão em patamares baixos por um longo período e não haverá aumento da carga tributária, conforme sinalização do novo governo. “Estou muito otimista. O que [o governo] fala vai ao encontro do que espera a indústria”, afirma o executivo.

Quanto à abertura comercial pretendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente da Abiplast defende que, na cadeia do plástico, esse movimento comece pela segunda geração petroquímica, que compreende a produção de resinas termoplásticas. Na terceira geração, onde estão os transformadores, não existe nenhum tipo de proteção e os importados têm ampliado presença no mercado doméstico de forma consistente há alguns anos.

“No Brasil, existe monopólio no refino de petróleo, existe monopólio na produção de matérias-primas petroquímicas e existe monopólio protegido na produção de resinas plásticas. Se o monopólio estatal é ruim, o privado é muito pior. A razão da abertura comercial é aumentar a concorrência”, afirma Roriz.

Na avaliação do executivo, a produção de resinas termoplásticas no país, que está concentrada nas mãos da Braskem, conta com uma série de vantagens e há anos a transformação pede maior concorrência. O pedido de mudanças nesse cenário já foi levado à equipe do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e a intenção da direção da Abiplast é, a partir de agora, ampliar as conversas em Brasília.

A produção de resinas termoplásticas conta uma série de vantagens e há anos se pede maior concorrência, diz Roriz

A redução dos spreads (diferença de preço em relação à matéria-prima) petroquímicos no mercado internacional verificada na segunda metade do ano passado, conta Roriz, não se refletiu nos preços domésticos. E a explicação está justamente na falta de concorrência no mercado brasileiro, acrescenta.

A greve dos caminhoneiros em maio, a realização de Copa do Mundo e eleições no país e o fraco desempenho da construção civil e do setor de alimentos e bebidas seguraram a expansão dos transformados plásticos no ano passado. Somam-se a isso os resultados negativos de novembro e dezembro – na comparação com dezembro de 2017, por exemplo, houve queda de mais de 10% nos volumes produzidos.

Dessa forma, ante expectativa de evolução de 2,2%, a produção física de plásticos cresceu apenas 0,8% em 2018, sustentada pela alta de 2,6% em embalagens e de 0,7% em laminados. No segmento de acessórios para construção, houve queda de 2,8%.

Os números foram conhecidos após a divulgação dos dados de produção industrial pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira. Assim como ocorreu na transformação de plástico, o índice geral da indústria no país também frustrou as expectativas traçadas entre o fim de 2017 e o início de 2018.

Conforme Roriz, o desempenho em janeiro foi melhor do que o verificado nos meses anteriores. Mas é precipitado afirmar que esse pode ser um indicativo do que virá pela frente uma vez que a recuperação pode ser explicada por um movimento mais intenso de recomposição de estoques.

As importações de termoplásticos mantiveram-se em ritmo de crescimento superior à produção local e à demanda, que subiu 1,5%, e avançaram 8,9%, para 747 mil toneladas. As exportações, por sua vez, cresceram 4,3%, a 276 mil toneladas. Diante disso, o déficit comercial em volume teve alta de 11,9%, para 471 mil toneladas.

Em valores, as importações de plásticos saltaram 12,2%, para US$ 3,37 bilhões, enquanto as exportações subiram apenas 1%, a US$ 1,22 bilhão, resultando em saldo negativo de US$ 2,15 bilhões, alta de 19,7%.

A indústria brasileira de termoplásticos criou 483 vagas em 2018 e encerrou o ano com 312,8 mil postos de trabalho. O número ainda está bem distante dos 380 mil empregos registrados entre 2010 e 2012.

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